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Hoje foi dia de estrada. Já estamos voltando para casa.
Tomamos o café na pousada e pegamos o caminho rumo a Federal, num trajeto de 679 km. Nada de paradas turísticas.
O caminho foi basicamente rodovias, retas intermináveis, alguns vilarejos perdidos e poucos carros. Muita paisagem parecida com o interior do Brasil, só que com placas em espanhol e preços em pesos.
A saída de Villa General Belgrano pela Ruta 5 é linda. Passamos pela charmosa serrinha de Alta Gracia, com curvas suaves, vegetação densa e vista para o verde das montanhas. Fizemos uma breve parada na represa Los Molinos, que impressionava com tanta água. Até van de excursão fazia parada no lugar.
Seguimos viagem por estradas boas, em retas com plantações de milho e pasto. Para passar o tempo, relembramos os lugares por onde passamos, os que mais gostamos, falamos sobre os próximos destinos e também sobre a volta ao cotidiano — com aquelas promessas que sempre fazemos quando vira o ano. A playlist do Spotify já está cansada de repetir as mesmas músicas.
No almoço, resolvemos parar no Restaurante La Parrilla Internacional Parador, junto ao YPF, em San Francisco, Córdoba. O nome prometia uma experiência gastronômica “internacional”. Pedimos lomo, mas não tinha. O garçom, com a maior naturalidade, disse que tinha “algo parecido”. Chegou uma costela de boi assada. Carne é carne, né? Só agradeci por não vir uma “pata” de frango. Estava gostosa, mas não era o que queríamos. Tomei vinho pra esquecer… e funcionou parcialmente.
Seguimos cruzando várias províncias: Córdoba, Santa Fé e, já no final do dia, Entre Ríos. O céu nublado e a temperatura amena ajudaram a tornar o deslocamento mais agradável.
Chegando à cidade de Santa Fé, o cenário mudou por causa da presença do imenso Rio Paraná. Tudo ficou mais verde, com paisagens bem bonitas. Santa Fe é uma das cidades mais antigas da Argentina.
De longe … Víamos prédios e mais prédios!
Pouco depois, passamos também por Paraná, capital da província vizinha, conhecida por suas margens largas e pontes imponentes. Por lá, atravessamos o túnel que passa por baixo do Rio Paraná — e encaramos o pedágio mais caro da viagem: 40 reais.
Aliás, já estávamos com poucos pesos, porque não queríamos voltar com dinheiro argentino. Depois desse pedágio salgado, paramos para abastecer no posto YPF. Eles deixaram a gente pagar 20.000 pesos a mais no cartão (quase 100 reais) e nos devolveram o valor em dinheiro vivo. Foi o que salvou!
A chegada a Federal foi à noite. Escolhemos o camping municipal da cidade, que é bonito, bem cuidado e tranquilo. A atendente da portaria foi extremamente atenciosa e gentil. Nos avisou que haveria uma festa de 15 anos no salão do camping, com barulho até o amanhecer. Ela nos ajudou a escolher um cantinho mais afastado e silencioso e indicou o caminho.
Apesar da festa, tivemos uma noite tranquila. O camping custou 45 reais — usamos o dinheiro trocado no YPF para pagar.
Amanhã tem mais estrada!
- Norte da Argentina
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