A noite no Camping Municipal de Federal foi tranquila. Apesar da festa de 15 anos que rolava por ali, dormimos bem — nada de barulho ou música alta. Só pela manhã ouvimos alguns jovens conversando animadamente. Pelo jeito, a festa foi de arromba!
Camping Municipal de Federal |
Fechamos a Camper e seguimos viagem pela Ruta 127. O asfalto até existe, mas está longe de ser bom: buracos, ondulações e trechos mal calçados quase nos fizeram sentir saudades das estradas de rípio! Foram mais de 125 km de sofrimento até a Ruta 14, nossa última estrada em terras argentinas — que, felizmente, estava em boas condições. Ufa!
As paisagens entre Santa Fe e Entre Ríos também não ajudam a levantar o ânimo: são planas, monótonas e sem nenhum atrativo especial pelo caminho.
Antes de atravessarmos a fronteira, gastamos os últimos pesos no YPF argentino. Vamos sentir muita saudade destes postos de gasolina. O orgulho argentino!
Último posto YPF - Abastecimento para gastar o saldo de pesos argentinos. |
Chegamos à aduana por volta do meio-dia. Em uma espécie de pedágio, entregamos nossos RGs e, pronto, estávamos oficialmente fora da Argentina. Um pouco adiante, uma agente nos pediu para abrir a Camper. Mostramos o interior e seguimos tranquilos.
Cruzamos a ponte internacional que liga Paso de los Libres a Uruguaiana — uma ponte sobre o Rio Uruguai — e, finalmente… chegamos ao Brasil!
Mas adivinha? Fechado! Não abre aos domingos.
De La Deni - Fechado! |
Acabamos indo ao Rivers Restaurante, um self-service bem indicado no TripAdvisor. O lugar estava lotado. E a comida? Dizer que estava ruim seria maldade... mas dizer que a carne estava boa seria mentira. Confesso: ali já bateu saudade da carne argentina. Ah, meu Deus, por que o bife de chorizo deles é tão imbatível?
Paróquia Sant'Ana - Uruguaiana |
Seguimos então pela BR-472, uma estrada em péssimo estado, cheia de buracos e sem qualquer sinal de manutenção há anos. Depois pegamos a BR-285, e a situação não melhorou muito. A cada quilômetro, a saudade da Argentina aumentava.
Ponte de uma única via... |
Rodamos 622 km até anoitecer. Quando chegamos a Ijuí, resolvemos parar.
E aí veio mais uma diferença gritante: na Argentina, mesmo em povoados minúsculos, sempre tem um camping público, organizado e acessível. Aqui, nada. O mais próximo estava longe demais para arriscar. A opção era clara: ou hotel (o que sempre consideramos), ou posto de gasolina.
Hoje, optamos pelo Posto Sim.
A alimentação seguiu o clima do dia: começamos mal e terminamos pior ainda — jantamos bolinho de carne e coxinha de posto. Mas, pra equilibrar, abrimos um Casillero del Diablo, vinho chileno que compramos na despensa do próprio posto.
Um brinde à ironia: brindar à Argentina com vinho do Chile em solo brasileiro!
Hoje dormimos por aqui. O banheiro do posto é limpo, com água quente — quase um luxo!
Amanhã tem mais estrada. Vamos ver o que o Brasil nos reserva!
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