Dia 24 - Da Filadélfia para Montreal

Hoje acordamos cedo para deixar a Filadélfia e, com ela, os Estados Unidos. Nosso voo para Montreal estava marcado para as 17h40, partindo do aeroporto de LaGuardia, em Nova York. Para chegar até lá, comprei uma passagem de trem saindo da estação principal da Filadélfia. Pegamos um Uber do hotel até a estação, um trajeto curto, de cerca de 10 minutos.

Durante o caminho, o Mo resolveu conferir meu bilhete de trem… e foi aí que tivemos uma surpresa: em vez de comprar o trem das 11h10 da manhã, eu havia comprado para as 11h10 da noite! Bateu o desespero.

Imediatamente, perguntamos ao motorista do Uber — que, aliás, era muito simpático e prestativo — se ele poderia nos levar até a rodoviária, para tentarmos pegar um ônibus para Nova York. Ele explicou que, na verdade, esses ônibus partem de diversos pontos pela cidade, sem uma rodoviária oficial. Isso nos deixou inseguros, pois precisaríamos comprar a passagem online ou simplesmente aparecer em um desses pontos e torcer para que algum ônibus passasse.

Resolvemos então seguir para a estação de trem e tentar comprar novas passagens. Só que, para a nossa surpresa, ela estava completamente lotada por conta da volta do feriado de 4 de julho. Fila em tudo. Fomos direto ao guichê, onde um atendente indiano (também muito gentil) nos informou que as passagens para Nova York estavam custando 186 dólares por pessoa — por uma viagem de apenas uma hora de duração! Um absurdo! Para nós dois, quase 400 dólares.

Com os olhos arregalados, perguntamos se havia outra opção. E aí veio a alternativa: pegar um trem regional chamado SEPTA, até a cidade de Trenton, em New Jersey, na divisa com a Pensilvânia. De lá, faríamos uma baldeação para outro trem, o NJ Transit, que nos levaria até a Penn Station, em Manhattan. Uma viagem de 3 horas de duração. 

Topamos na hora. Mas aí começou mais um capítulo da confusão.

A atendente, muito atenciosa, mas com dificuldade de se fazer entender, tentava explicar que venderia as duas passagens juntas — tanto o trecho até New Jersey quanto o de lá até Nova York. A gente não compreendia nada. Até que ela usou um aplicativo de tradução e aí entendemos direitinho: por 56 dólares conseguiríamos as quatro passagens (ida e baldeação para os dois).

Compramos e aguardamos. Ah, e o bilhete que eu havia comprado errado para as 11h10 da noite? Por um milagre, ele era reembolsável. Cancelei e consegui o ressarcimento. Menos um prejuízo!

Finalmente embarcamos. O primeiro trem até New Jersey levou cerca de 50 minutos.

Ao chegar a estação de baldeação em New Jersey, mais um perrengue: não havia ninguém para nos orientar sobre qual plataforma seguir. Perguntei a um funcionário, que foi grosseiro. Perguntei a outro, que não sabia. Tentei passageiros — nada. O pânico começou a bater.

Até que encontramos uma plataforma lotada e, com ela, a resposta: ali era o ponto de embarque para Nova York. Um alívio.

Chegamos a Nova York e descemos na Penn Station, considerada a estação mais confusa da cidade. Foi outro estresse. Já eram quase 14h30 e não sabíamos para que lado seguir para pegar o trem até o aeroporto de LaGuardia. O caminho correto, indicado na própria estação, estava fechado com aquelas tiras amarelas de interdição. Eu fiquei perguntando a cada pessoa que passava qual era o caminho para o trem para LaGuardia. Nada. Ninguém sabia nada.

Até que, por osmose, descobrimos que precisávamos atravessar para o outro lado da estação e que todos os trens estavam indo em um único sentido. Quando conseguimos entrar no trem e eu ainda estava muito estressada.

Chegamos a estação do aeroporto e ainda pegamos mais um  ônibus para o LaGuardia e, por fim, chegamos ao aeroporto com duas horas e meia de antecedência. Só aí consegui respirar aliviada.

Toda vez que temos que decidir destinos em cima da hora e o Mo fica um pouco estressado, eu costumo brincar dizendo que isso é bom para exercitar os neurônios e ótimo para adiar um possível Alzheimer, porque nos obriga a pensar. Mas tive que admitir que não é bom para os nervos! Eu, de fato, estava muito tensa!

Entramos no avião minúsculo, com fileiras de dois e dois lugares. Nunca tinha voado em uma aeronave tão pequena. Estava longe de estar cheio e chegou no horário. Às 19h30 já estávamos desembarcando em Montreal. O voo foi bem rápido.

A chegada em Montreal foi tranquila. A alfândega é automatizada — a leitura dos passaportes é feita por máquina — e, no nosso caso, uma funcionária gentil nos ajudou quando houve um pequeno problema na leitura. Depois, passamos por uma entrevista com guardas super jovens, simpáticos, que perguntaram o motivo da nossa viagem e se tínhamos decidido de última hora. Um deles até falava espanhol! Logo em seguida, seguimos pelas placas, muito bem sinalizadas, que nos indicaram o ponto certo para pegar o ônibus até o centro da cidade, onde ficava nosso hotel.

Foi tudo tão organizado e acolhedor que me senti quase em casa. As pessoas eram gentis, atenciosas, e as placas facilitavam tudo…Muito diferente dos Estados Unidos (com raras excessões!)

Chegamos tranquilamente ao Hotel El Roberval. 

Deixamos as malas no quarto e caminhamos  até uma rua só para pedestres, com supermercado, bares e restaurantes. 

Paramos em um mercado e em uma casa de bebidas, compramos cerveja e alguns frios.

Já era quase 10 da noite quando voltamos para o hotel.

Fizemos uma refeição rápida ali mesmo, só para aliviar a tensão.

Cai na cama exausta. 
  
Aguardando o Trem

Trem para NY



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