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Acordamos no camping do Parque Talampaya, numa “friaca” de 7 graus.
Nossos vizinhos já estavam acordados desde as 6h — um casal argentino muito simpático. O Raul, em especial, adora tirar fotos. Depois que fomos dormir, ele ficou fotografando o céu estrelado e, pela manhã, registrou o amanhecer. Teve a gentileza de compartilhar as imagens com a gente — lindas!
Tomamos café no restaurante do parque, nos despedimos do casal, agradecemos pelas fotos e seguimos viagem rumo ao Parque Ischigualasto, também conhecido como Valle de la Luna. Esse parque é Patrimônio Mundial da Unesco e famoso pelas suas formações rochosas únicas, fósseis de dinossauros e paisagens que lembram a superfície da Lua. É uma verdadeira viagem ao tempo geológico da Terra.
Ao chegarmos, o frio era intenso. O Mo foi até a entrada verificar os horários e os preços. Mais uma vez, os ingressos estavam bem salgados: 250 reais por pessoa para percorrer 80 km (ida e volta) em nosso próprio carro, com acompanhamento de guia. Achamos melhor deixar essa visita para uma próxima vez.
A estrutura do parque, no entanto, é bem bacana, com restaurante, banheiros e área de camping.
Seguimos pela Ruta 150, que é uma estrada panorâmica lindíssima, cheia de paredões avermelhados, túneis escavados na rocha e mirantes com vistas incríveis. Essa ruta atravessa o Parque Nacional Talampaya e conecta áreas montanhosas a vales áridos, oferecendo um visual cinematográfico.
O plano era pegar a Ruta 40 em San José de Jáchal, mas ao pararmos em um mirante, um casal argentino nos sugeriu continuar na Ruta 150, dizendo que o trecho era ainda mais bonito. E foi o que fizemos!
A estrada nos surpreendeu com paisagens maravilhosas e um lindo lago na Cuesta del Viento, um lugar famoso pelos ventos fortes que atraem praticantes de kitesurf e windsurf, e que oferece uma vista espetacular da represa de mesmo nome, rodeada por montanhas.
No entanto, ao chegarmos na pequena Iglesia, em vez de pegarmos a Ruta 149, acabamos entrando na Ruta 412, uma estrada pouco conhecida e, como descobrimos, a última a oeste da Argentina antes da fronteira com o Chile.
Foi uma aventura: pedras soltas enormes, areia fofa, trechos interrompidos… A estrada estava em péssimas condições. Percorremos 37 km até chegar a Tocota, que não é bem uma cidade, mas sim uma pequena base do exército. Lá, dois militares nos informaram que em mais 60 km chegaríamos ao asfalto.
Seguimos viagem por um trecho um pouco melhor, mas mesmo assim levamos quatro horas para percorrer 123 km até Calingasta. Só conseguimos chegar perto das 20h porque os últimos 40 km eram asfaltados.
Fomos até o camping municipal — estava aberto, mas completamente vazio. Fomos então ao posto de gasolina 24h, onde nos disseram que poderíamos pernoitar. Mas o espaço era apertado, e não achei conveniente.
Acabamos nos hospedando numa pousada super simples na praça da cidade, o Hotel Nora 25. Imagine um lugar bem simples… pois é. Mas por 200 reais a noite, tá valendo!
Agora estamos sentados na mesa do restaurante do hotel, esperando um locro — um ensopado típico da culinária andina, feito com milho branco, carne de boi ou porco, abóbora e legumes. Perfeito para o friozinho da noite — enquanto passa uma novela mexicana na TV.
Amanhã tem mais!
- Norte da Argentina
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