Dia 20 - De Humahuaca a Santa Anna: Um Desafio de 90 km Pelas Montanhas da Ruta 73

A noite na Camper, a 2.700 metros de altitude, foi novamente gelada. Mais uma vez, a condensação deixou as paredes molhadas.

Pela manhã, levantamos acampamento e seguimos para abastecer no centro de Humahuaca. De lá, partimos rumo ao Cerro de los 14 Colores, que fica a 24 km da cidade, acessível por uma estrada de rípio.

No meio do caminho, encontramos dois motociclistas brasileiros. Pensamos que viajavam juntos, mas não. O Ricardo, do Paraná, teve um pneu furado, e o Marcelo, de Minas Gerais, parou para ajudá-lo.

Quando chegamos, a situação era a seguinte: os dois tentando encher o pneu com um compressor “xing ling” que não resolvia nada. O Mo trouxe dois compressores na viagem, pegou o que estava mais à mão e rapidamente encheu o pneu, permitindo que eles seguissem até o mirante.

Pouco depois, quando chegamos ao Cerro, o Marcelo já avisou que o pneu estava murcho novamente. Decidimos primeiro contemplar a vista, tirar fotos e descer no mirante antes de tentar resolver o problema.

O Cerro de los 14 Colores, localizado na Serranía de Hornocal, é simplesmente impressionante. As montanhas exibem camadas coloridas devido aos diferentes minerais presentes na rocha, formando um cenário surreal. O mirante fica a 4.350 metros de altitude, e o ar rarefeito torna a caminhada um desafio, mas a vista compensa qualquer esforço.

Depois de curtir o visual, o Mo pegou seu compressor e encheu o pneu mais uma vez. Os motociclistas seguiram juntos para Humahuaca, onde o Ricardo procuraria uma borracharia para resolver o problema definitivamente.
  
Cerro 14 colores

Cerro de los 14 colores
   
Mo, Marcelo, Ricardo, Re 

Nós seguimos viagem rumo a Santa Ana. O percurso de 90 km pela Ruta 73 foi uma verdadeira prova de resistência: estrada de rípio, incontáveis curvas e um sobe e desce interminável. Levamos cinco horas para completar o trajeto! Em alguns momentos, chegamos a 4.700 metros de altitude, depois descemos até 3.200 metros, onde estamos agora. Para se ter uma ideia, passamos boa parte do tempo acima das nuvens. 

Ao longo do caminho, atravessamos vales, rios e montanhas coloridas, além de pequenos vilarejos isolados.

O rípio solto e as condições da estrada fazem com que a viagem seja lenta e cansativa, mas a beleza ao redor compensa o esforço. 

A Ruta 73 não é muito movimentada, então é essencial estar preparado com combustível suficiente, água e comida. 

  

Acima das nuvens

Chegamos a Santa Ana às cinco da tarde e nos hospedamos no El Portal de las Yungas, um lugar super simples. O dono, um índio simpático, ostenta um sorriso cheio de dentes de ouro.

Decidimos não dormir na Camper desta vez – estamos a 3.200 metros de altitude, e a noite promete ser muito fria.

O jantar foi uma mistura improvisada: ervilha, tomate, grão-de-bico, atum com pão. De sobremesa? Leite condensado!
  
A pequena Santa Anna ao longe

Jantar de hoje

Agora, estou aqui aproveitando os últimos raios de sol, escrevendo o blog. Amanhã seguimos para San Francisco!

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