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A madrugada foi fria, chegando a 4°C. Dormimos agarrados. Se um se afastava do outro, logo sentia o gelo da noite.
Acordamos com a Camper toda molhada. A condensação foi intensa, e o frio da madrugada pegou pesado — até a geladeira sentiu. No meio da noite, começou a fazer um barulho enorme, então resolvemos desligá-la e só ligamos de novo no meio do dia.
Levantamos cedo, tomamos um iogurte rápido e fechamos a Camper. No estacionamento da Hosteria Antofagasta de la Sierra o movimento era grande: mais de dez caminhonetes aguardavam a saída com os guias para explorar algum canto do norte da Argentina.
Hosteria Antofagasta de la Sierra |
O Mo conversou rapidamente com alguns curiosos sobre a Camper, e logo seguimos para os destinos do dia: Salar del Hombre Muerto e Salar de Pocitos, com destino final em San Antonio de los Cobres.
Deixando Antofagasta de la Sierra |
Igrejinha de Antofagasta de la Sierra |
Pegamos a RP 43, depois a RP 17 e, por fim, a RN 51. Foram 330 km de rípio, em um percurso que levou nove horas, sempre a quase 4.000 metros de altitude. A paisagem é árida, com poucas árvores e um pasto ralo, pontuado por algumas vicunhas solitárias.
Na RP 43, passamos pelo Salar del Hombre Muerto, uma área de grande exploração de lítio.
O que parecia, nas imagens, um salar imenso, na realidade não tinha mais do que o tamanho de três campos de futebol. A mineração por aqui já transformou grande parte da paisagem.
Depois, seguimos pela RP 17 e passamos pelo Salar de Pocitos, outro salar praticamente tomado pela atividade mineradora. O lugarejo ao redor era bem simples e isolado. Como já era quase três da tarde, decidimos parar para almoçar.
Quase não havia árvores no pequeno vilarejo, então escolhemos um local inusitado para nossa refeição: a igreja! Pegamos nossas cadeiras, uma lata de milho, atum, tomates, torradas e improvisamos um “super almoço de domingo” no alpendre da igreja. Simples, mas surreal.
Igreja em Salar de Positos |
Nosso almoço |
De barriga "cheia", seguimos viagem por uma estrada cênica e deserta até San Antonio de los Cobres, uma das cidades mais altas da Argentina, famosa pelo Trem das Nuvens. Antes de chegarmos, fizemos uma parada para conhecer a Puente La Polvorilla, um viaduto ferroviário impressionante a 4.200 metros de altitude, onde passa o trem turístico que corta as montanhas.
Puente La Polvorilla |
O único posto de gasolina da cidade! |
Agora estamos hospedados no Hotel Las Nubes, onde a diária custa 500 reais. Não há camping na cidade e, pelo que vimos, o posto YPF daqui é uma piada — nada confiável para passar a noite. Além disso, a temperatura na madrugada vai cair para 1°C. Melhor não arriscar.
Jantamos no restaurante do hotel, agora estamos colocando as notícias em dia e nos preparando para dormir. Amanhã tem mais estradas e paisagens do altiplano argentino.
Hotel de Las Nubes |
Vista da janela do quarto |
Nosso jantar: Lomo com arroz de quinoa! |
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