Dia 16 - De Antofagasta de Lá Sierra a San Antonio de los Cobres: um dia entre paisagens áridas e altitude extrema

A madrugada foi fria, chegando a 4°C. Dormimos agarrados. Se um se afastava do outro, logo sentia o gelo da noite.

Acordamos com a Camper toda molhada. A condensação foi intensa, e o frio da madrugada pegou pesado — até a geladeira sentiu. No meio da noite, começou a fazer um barulho enorme, então resolvemos desligá-la e só ligamos de novo no meio do dia.

Levantamos cedo, tomamos um iogurte rápido e fechamos a Camper. No estacionamento da Hosteria Antofagasta de la Sierra o movimento era grande: mais de dez caminhonetes aguardavam a saída com os guias para explorar algum canto do norte da Argentina. 

Hosteria Antofagasta de la Sierra

O Mo conversou rapidamente com alguns curiosos sobre a Camper, e logo seguimos para os destinos do dia: Salar del Hombre Muerto e Salar de Pocitos, com destino final em San Antonio de los Cobres.

Deixando Antofagasta de la Sierra

Igrejinha de Antofagasta de la Sierra

Pegamos a RP 43, depois a RP 17 e, por fim, a RN 51. Foram 330 km de rípio, em um percurso que levou nove horas, sempre a quase 4.000 metros de altitude. A paisagem é árida, com poucas árvores e um pasto ralo, pontuado por algumas vicunhas solitárias.




Na RP 43, passamos pelo Salar del Hombre Muerto, uma área de grande exploração de lítio. 

O que parecia, nas imagens, um salar imenso, na realidade não tinha mais do que o tamanho de três campos de futebol. A mineração por aqui já transformou grande parte da paisagem.


Depois, seguimos pela RP 17 e passamos pelo Salar de Pocitos, outro salar praticamente tomado pela atividade mineradora. O lugarejo ao redor era bem simples e isolado. Como já era quase três da tarde, decidimos parar para almoçar.

Quase não havia árvores no pequeno vilarejo, então escolhemos um local inusitado para nossa refeição: a igreja! Pegamos nossas cadeiras, uma lata de milho, atum, tomates, torradas e improvisamos um “super almoço de domingo” no alpendre da igreja. Simples, mas surreal.

Igreja em Salar de Positos

Nosso almoço

De barriga "cheia", seguimos viagem por uma estrada cênica e deserta até San Antonio de los Cobres, uma das cidades mais altas da Argentina, famosa pelo Trem das Nuvens. Antes de chegarmos, fizemos uma parada para conhecer a Puente La Polvorilla, um viaduto ferroviário impressionante a 4.200 metros de altitude, onde passa o trem turístico que corta as montanhas.
  
Puente La Polvorilla
 
Puente La Polvorilla


O único posto de gasolina da cidade!

Agora estamos hospedados no Hotel Las Nubes, onde a diária custa 500 reais. Não há camping na cidade e, pelo que vimos, o posto YPF daqui é uma piada — nada confiável para passar a noite. Além disso, a temperatura na madrugada vai cair para 1°C. Melhor não arriscar.

Jantamos no restaurante do hotel, agora estamos colocando as notícias em dia e nos preparando para dormir. Amanhã tem mais estradas e paisagens do altiplano argentino.

Hotel de Las Nubes

Vista da janela do quarto  

Nosso jantar: Lomo com arroz de quinoa!

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