Lulão escrevendo: Na saída de Purmamarca, já sentindo o friozinho da manhã pela altitude, subimos na motoca rumo ao nosso destino final. O primeiro trecho foi um verdadeiro colírio, com as curvas da serra da Cuesta de Lipán nos esperando. Céu aberto, temperatura agradável, e curvas que não paravam de subir. Uma maravilha!
Fizemos uma parada para tirar fotos no salar Salinas Grande, o segundo maior do mundo, e logo depois paramos para abastecer em um lugar que mal dá pra chamar de posto. Quem não conhece a procedência jamais pararia ali. Era um mini faroeste, com uma única bomba de gasolina, no mínimo pitoresco.
Abastecidos, percorremos mais alguns quilômetros em boas estradas e bom tempo. O próximo posto seria próximo à fronteira com o Chile. Imagine uma bilheteira de estádio de futebol: era a aduana, com os guichês um ao lado do outro. O guichê 1 liberava a saída da Argentina. Em seguida, era hora de ir ao guichê 2 para dar entrada no Chile, depois ao guichê 3 para validar os documentos da moto e, por último, o guichê 4 para as formalidades finais. Apesar da leve confusão, conseguimos nos virar bem, mas gastamos quase uma hora.
Passada a aduana, restavam apenas os últimos 156 km. O sentimento de alegria e emoção por estar tão perto do objetivo era palpável. Foram momentos de algumas das mais belas paisagens de todo o percurso, acompanhadas do nosso maior desafio. O vento agressivo e um frio que chegava a 6°C fizeram a tensão se misturar à beleza do cenário que nos cercava. Foram quilômetros em silêncio, inclinados na direção oposta ao vento, acelerando o manete até o final, sem resposta do velocímetro.
No final, chegamos inteiros e em paz, como sempre, os anjos acompanham os viajantes. Valeu a experiência, aumentou o currículo e o sentimento de realização por alcançar o nosso destino.
Lari escrevendo: E hoje chegamos no Atacama! Emoção e alívio! Acordamos um pouco mais tarde, às 07:30, rs. Mas tomamos café com calma, um banquete preparado pelo Lulão: ao invés de pão, fizemos um wrap com salame (por supuesto) e queijo de cabra da região de Purmamarca. Estava delicioso!
Marcamos para sair às 09h rumo ao Atacama. Antes de partir, vimos na internet que o trajeto estaria frio, então nos vestimos com roupas quentes e, por cima, as clássicas roupas de moto de 6 dias. Pronto, estávamos preparados. Let’s go!
Depois de 5 minutos na moto, já notamos as paisagens deslumbrantes ao nosso redor: montanhas, neve, cactos e muitas curvas no estilo cotovelo. Paramos em alguns pontos para admirar a vista e tirar fotos.
Continuamos a viagem, já se passaram 120 km e o frio começou a apertar, com o display da moto marcando 6,5 graus. Uuuuuff. Anteontem estava 38, e hoje 6,5? Ninguém tem roupa pra isso. Um frio que dói a mente e as costas, mas não podemos fazer nada, então seguimos em frente.
Paramos em um salar para tirar mais fotos e apreciar a vista. Logo em seguida, paramos em um posto de gasolina — quer dizer, não sei se posso chamar aquilo de posto. Era apenas uma bomba de gasolina no meio do nada, tudo abandonado, com uma atendente argentina muito simpática.
Abastecidos, continuamos a viagem e paramos em um posto YPF com lanchonete, logo antes da aduana argentina-chilena, onde comemos uma hamburguesa cada um (surpreendida por não ser bolacha ou pão com salame).
Alimentados, seguimos para a grande aduana, que parecia um trâmite simples, mas nos tomou cerca de uma hora. Todos liberados, entramos no Chile em direção ao Atacama. Mais 150 km de lindas paisagens, frio e MUITO vento. Não conseguia nem pegar o celular para tirar fotos; não queria me mexer, rs.
Chegando em San Pedro de Atacama, a temperatura já estava amena, e nos aproximávamos do final, do paraíso. E pronto. Que felicidade! Chegamos! Tchau dor na bunda, tchau frio e vento, tchau roupa de moto. Quer dizer, para o Lulão e Moisés, boa viagem de volta. Eu e Renata vamos voltar de avião por motivos de trabalhadoras brasileiras.
Mo escrevendo: Adoramos ficar em Purmamarca, e isso agilizou muito o nosso dia. Saímos às 9h, já sabendo da promessa de frio pelo caminho. Em poucos minutos, já estávamos subindo "La Cuesta de Lipan". Maravilhoso como sempre! Paramos duas vezes para tirar fotos e seguimos até a Salina Grande. Lá, encontramos vários motociclistas e um "shopping center" a céu aberto, rsrsrs.
Em Susques, abastecemos no "famoso YPF", comemos algumas frutas que tínhamos comprado e seguimos para o Paso Jama. Lá, fizemos uma parada para comer hambúrgueres, em seguida passamos pela aduana em cerca de uma hora e fomos enfrentar o frio. E que friaca passamos! Com ventos fortes e geladíssimos, rodamos cerca de 100 km até que, na 42 de SPA, começamos a descer e o clima começou a esquentar. Saímos de 6 para 28 graus.
Chegamos às 19h em San Pedro de Atacama.
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Salina Grande |
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Salina Grande |
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Salina Grande |
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Salina Grande |
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Salina Grande |
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Salina Grande |
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Nosso caminho |
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Posto em Susques |
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Paso Jama |
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Aduana |
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Chegando a San Pedro |
1 comentários
Legal os depoimentos dos iniciantes em longas viagens (Lu e Lari)....só quem vive a experiência para ter este gostinho....parabens pela aventura
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