Dia 24 - Ponferrada - Villafranca del Bierzo - 24,1 Km

Depois de uma noite sem beliche, sem companheiros peregrinos e com um banheiro pra chamar de meu, a manhã pareceu outra.

Não que a vida de peregrino seja ruim, mas a privacidade é uma glória!

A Mercedes disse que não aguenta mais ver italiano de cueca boxer, as francesas de calcinha,  os banheiros misturados e tantas outras “cositas mas”. 

Estamos num processo de “repensar nossos conceitos”.

Logo pela manhã nos encontramos com Mercedes, Alceu e José.

Fomos juntos tomar café. Era a despedida do Zé. Quem sabe essa pausa não era necessária?

Nos despedimos e deixei com o José o compromisso de levar o mono, Manu e Helô, até Santiago.

A Espanha é  um belíssimo país, mas tenho que admitir que este não é o melhor lugar do mundo. 

O melhor lugar do mundo sempre será aquele onde estão nossas raízes, nossa família, nossos amigos e todos que amamos.

Depois de nos despedirmos, seguimos pela estrada, por plantações e muito, muito sol.

A paisagem é muito interessante. Vinhedos milimetricamente alinhados, cerejas doces e ao alcance das mãos, além de muito sol. 

Agora penso que a chuva foi uma benção na Meseta.

Chegamos a Villafranca del Bierço e nos hospedamos no albergue municipal por 6 euros cada, com lençol em tnt incluído. 

O albergue é muito ajeitado. A cozinha, o refeitório, quartos... tudo.

Resolvi fazer um jantar. Eu e o Mô fomos ao centro da pequena e graciosa vila e com 25 euros lotamos 4 sacolas: 2 vinhos, 1 kg de carne moída, 1 kg de molho de tomate, tomate, salada, aspargos, pimenta, cebola, queijo ralado, salame, macarrão... comida para no mínimo 6 pessoas.

Preparamos a macarronada com molho e almôndegas, coisa bem simples, mas os peregrinos que estavam na  cozinha piraram o cabeção. Todo mundo provou e aprovou as almôndegas: chinês, italiano, inglês... Foi muito engraçado. 

Aqui quase não comem carne de boi!

Depois de distribuir uma parte, jantamos fartamente: eu, Mõ, Alceu e Mercedes. De sobremesa ainda tinha cereja e chocolate!