Dia 28 - Barbadella - Conzar - 26 Km

Essa noite foi a única no Caminho que passei calor. Embora o albergue ficasse no alto da montanha estamos em tempo de “um sol pra cada um”.

Não tem previsão de chuva até Santiago. 

Estamos a 5 dias do final desta peregrinação. Brincamos que “se está ruim para nós, imagina para quem está começando hoje em Saint Jean”! Só de pensar me dói as pernas! 

As lembranças do caminho vem acompanhadas das cores e das aromas.

Os Pirineus tinham cheiro de pinho e hortelã. Tinha um monte de hortelã no caminho.

Navarra, La Rioja, Castilla y Leon tinham o perfume dos jasmins amarelos.

A Galícia tem um cheirinho esterco de vaca. É o único lugar que vimos pessoas no trato dos animais e da terra. O gado passeia pelas vilas e é recolhido no final do dia em galpões. 

A Galícia é muito verde e com muitas montanhas. Lembra as Minas Gerais. Lemos numa reportagem de jornal que 1/6 de sua população vive no exterior. O campo não consegue empregar todos os galegos.

Hoje acordamos cedo como o de costume. Tentamos um café no albergue mas a cozinha estava tão confusa que resolvemos seguir em jejum até encontrar uma parada no caminho.

Tomamos nosso cafezinho e em seguida encontramos o Alceu e a Mercedes na placa 100 km. Ufa... Falta pouco.

Estivemos conversando pelo caminho e chegamos a conclusão que desde que entramos na Galícia estamos perdendo um pouco o espírito peregrino. É muita gente para conversar. Muita gente nova, muito “oba oba”.

Não sei se conseguiremos retomar o “eixo”.

Almoçamos em Portomarin, no restaurante “O Mirador” que tem uma comida deliciosa e uma vista impressionante do rio Mino. O pulpo estava dos deuses!

Restaurante "O Mirador"

Nosso "pulpo a galega"

Depois do almoço tivemos que enfrentar mais 8 km debaixo do sol forte. 

Estamos no Albergue em Gonzar, 10 euros a cama.