Dia 20 - Deixando o Piauí com destino a Petrolina - Pernambuco

Hoje foi dia de nos despedirmos do Piauí.

Com uma passagem rápida pelo sertão, fomos surpreendidos positivamente. 
Talvez a ignorância nos levasse às imagens daquele sertanejo de gibão, acompanhado de sua mula, transitando moribundo na terra rachada, implorando por água. 
Não encontramos nada disso. O que vimos foi uma população bem humilde, com celular na mão, usando WI-FI, circulando em motocas velhinhas, transportando a família pra cima e pra baixo, sem capacete, mas com máscaras! 
A maioria das casas, mesmo as de pau-a-pique, possuem cisternas, reservatórios onde são armazenadas as águas das chuvas. A energia elétrica ou solar estava presente na maioria dos lugares por onde passamos.  
A paisagem também não tem nada a ver com aquela terra seca e rachada. É claro que estamos na época da chuva, mas muitos dos lugares por onde passamos o verde persiste mesmo na seca.
O Piauí possui o terceiro maior território do nordeste, porém também é a menor densidade demográfica do país. A principal atividade econômica é a pecuária. As estradas asfaltadas pelas quais trafegamos estavam, em sua maioria, em excelente estado de conservação. O único problema são pequenos sitiantes que não possuem terra para pasto e deixam seus bichos pastando nos acostamentos. Um perigo para carros e motos! 

No hotel de Cristino Castro encontramos com vários sulistas do Paraná e Santa Catarina, que vem comprando terras e realizando investimentos no Piauí. 
Conversamos muito com o Sr. Adauto, homem do agronegócio, que vem adquirindo propriedades em vários estados do nordeste. Queria nos convencer a comprar a “terra barata” por aqui. Ele até faz uma conta que investindo R$1.500.000,00 em terra, colocando 400 vacas, você tem 400 bezerros por ano, rendendo R$2.000,00 cada bezerro, sobra líquido, descontando as despesas, R$40.000,00 por mês. Não sei se a conta é tão simples assim, mas parece bem atrativo pra quem está disposto a enfrentar essa luta!

O Sr. Adauto é nascido em Maringá, tratorista por profissão e venceu com muito trabalho. Falante, reclamou do desperdício de água do hotel, principalmente o descarte das piscinas alimentadas com fontes subterrâneas de alta pressão. Não entende como não reaproveitam a água para irrigar a agricultura, ou fazer tanques para a piscicultura. Um bem tão precioso não pode ser desperdiçado!
Chegamos a conclusão que o Brasil é rico demais. A ignorância é que nos torna um país pobre!

Após deixarmos o hotel seguimos por 610 km até a cidade de Petrolina na Paraíba, pegando inicialmente a BR135, depois a BR324 e finalmente a BR235, todas com o asfalto em ótimas condições e muito tranquilas. 

Chegamos a Petrolina às 2:30 da tarde e fomos direto ao Bodódromo, um centro gastronômico onde os restaurantes oferecem como iguaria a carne de bode. Não somos muito afeitos a carne de bode por isso preferimos almoçar um bife com salada mesmo! 
Depois do almoço nos dirigimos a orla para assistir o por do sol. 
A cidade fica às margens do Rio São Francisco e possuiu 350.000 habitantes. A orla está em transformação e possui bares, restaurantes que propiciam um passeio agradável. O lugar também tem uma praia e rampa de acesso para barcos e jet-ski. 
Apesar de estar numa região semiárida, o município se destaca por sua agricultura irrigada, reconhecida por ter o segundo maior centro vinícola e o maior exportador de frutas do país.

Já caindo a noite seguimos para o hotel River Class, muito simples.  Amanhã tem mais! 

Nossa estrada


Restaurante Bode Assado do Ângelo


Orla do São Francisco

Por do Sol
      

Catedral de Petrolina

Catedral de Petrolina

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