Dia 7 - Doha (Qatar)

Pela manhã chegamos em Doha, capital e maior cidade do Qatar.
Sabemos quando o navio está atracando pela trepidação do quarto e principalmente da cama. Parece até um despertador as avessas.
A temperatura por aqui tem estado amena, com máxima de 25 graus e mínima de 12 graus. Não pegamos nenhum dia de chuva embora tenhamos visto pela internet que nesta semana choveu na Arábia Saudita em 4 horas o correspondente a 6 anos! Foi um estrago danado.
Aqui em Doha ouvimos a mesma história. De uma hora para outra o céu ficou preto e a chuva que caiu inundou a cidade. Muitas garagens de prédios ficaram submersas. 
A guia informou que não estão preparados para a chuva. Ela aparece por aqui somente uns 4 dias por ano.

Deixamos o navio e as 9:30 da manhã encontramos nossa guia brasileira Lu, gaúcha, moradora da cidade a 12 anos. Seu marido era piloto da Varig e sem trabalho no Brasil transferiu-se para a Qatar Airlines.
A Lu é guia credenciada a 2 anos. Tem dois filhos nascidos em Doha mas como a nacionalidade aqui não é por territorialidade, os filhos foram registrados no consulado brasileiro e são brasileiros.
Muito simpática elogiou demais este país que acolhe hoje quase 1000 brasileiros.
Informou que a população gira em torno de 2,5 milhões de habitantes, que os nativos representam 15% e que possuem privilégios como casa, mesada, hospital e escola gratuíta. Com todos esses benefícios amam o rei que aqui é denominado Emir.
Esse rei subiu ao trono depois que seu pai abdicou. Ele tem 38 anos, 3 esposas e 12 filhos. Acho que é por isso que aparenta uns 50 anos!
O pais que foi uma colônia britânica se tornou independente em 1971. Os ingleses que descobriram o petróleo tiveram a concessão de exploração até 2015.

Ao desembarcar descobrimos que Doha é realmente linda. É moderna, limpa e está se preparando para sediar a copa do mundo de 2022 construindo mais 100 hotéis e 150 km de metrô.
Descobrimos também que com o embargo que sofre da Arábia Saudita e dos EAU desde 2017 teve que encontrar novos parceiros comerciais e se deu muito bem.
O embargo foi estipulado pelos países vizinhos que afirmam que o Qatar financia o terrorismo. Nem por isso os EUA retiraram de lá sua base e seus cerca de 10.000 soldados. Coisas da política!!
Eu acredito que onde há fumaça, há fogo.
Atualmente a principal fonte de renda do país é a exportação de gás natural tendo a terceira maior reserva do mundo. O petróleo também é importante, porém os especialistas estimam que em 30 anos estará esgotado. Sendo assim, procuram no turismo uma alternativa.
Dos países que visitamos é o mais fechado. Nenhuma bebida alcoólica é vendida na rua, nem aqui nem nos outros países que conhecemos. Nem mesmo no supermercado. A religião proíbe o consumo pelo muçulmano. Alguns estabelecimentos credenciados possuem licença para a comercialização de bebidas, porém é muito caro. Descobrimos também que não há propriedade privada por aqui. Tudo é do rei que concede a utilização por um período de 99 anos.

Iniciamos nosso tour visitando o souk Waquif, uma imensa área comercial cujas construções remontam ao século XIX e foram reformados e ampliados entre 2004 e 2006. 
Nele visitamos uma loja onde vende e cuida de falcões. Eles são usados num esporte milenar de caça que faz a ave valer mais que uma casa. Tem até hospital especializado que faz todo tipo de exame, endoscopia e até transplante de pena. E é público!
Loja de falcões

Falcão aguardando ser atendido no hospital
No souk a guia deixou um tempo para compras. Eu, o Mo e o Joel fomos caminhar.
No mercado encontra-se de tudo um pouco: especiarias, perfume, roupas, artesanato, bugigangas, pássaros, coelhos, tapetes, jóias...Enfim... tudo.
O Joel foi até entrevistado por um jornal local para dar suas impressões sobre o país. É claro que elogiou muito.
Entrevista do Joel para um jornal local
Souk
Mulheres muçulmanas

Souk

Parada para um cafezinho (que mais parece chazinho)
De lá seguimos de ônibus pela linda orla da cidade chamada de Corniche. Paramos para contemplar  os arranhas céus do centro financeiro da West Bay. Este é um país livre de impostos por isso tem muitos investidores.
Os prédios são maravilhosos e poucas praias, além das privativas que ficam nos hotéis 5 estrelas, podem ser utilizadas pelos banhistas. Fora desses resorts há muita regra e restrição em relação a vestimenta, onde pode homem, mulher, família etc. 
Passamos por um anfiteatro a beira mar e fomos almoçar num shopping sofisticado. 

Anfiteatro

Um restaurante turco com uma comida fantástica: humus, tabule e tudo que essa cultura árabe tem de bom.
Depois do almoço continuamos o passeio até uma ilha artificial batizada como “a Pérola do Qatar”, cuja forma se assemelha a uma ostra, com umas 19000 unidades residenciais para quase 45000 moradores.
Um aterro no mar, com pontes e muitos prédios altíssimos, lembra uma Veneza ultra moderna.
De lá seguimos até um centro de educação onde acabaram de inaugurar um hospital público ultra-moderno. Um centro de pesquisa e de cura para as mais diversas doenças. Um lugar lindo. Na sua entrada há esculturas que mostram um feto desde a concepção até o nascimento. Lindo demais.
Uma das esculturas do centro médico
Para terminar nosso "tour" visitamos a parte externa do Museu Nacional de Arte Islâmica.
Outra construção fora de série junto a orla.
O passeio foi rápido mas muito produtivo. A guia foi a mais simpática de todas as excursões. O país deixou aquele gostinho de quero mais.
Museu nacional de arte islâmica
Enquadrando o casal!

O retorno ao navio foi as 17 h.
Deixamos o porto as 18 com uma linda vista do por do sol e das luzes dos arranhas céus no horizonte.
Final de dia no navio
A noite jantamos todos juntos, com o nosso simpático garçom auto denominado Rodrigo Santoro, da Indonésia e depois fomos dormir.

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