Dia 19 - El Burgo Ranero - León - 37,1 Km

Hoje acordamos as 5 da manhã. Tomamos o café comprado no dia anterior no mercadinho da vila e saímos as 6:30 da manhã na companhia de nossos amigos: Alceu (Brasil), José (Espanha), Ana (Croácia) , trio já mencionado,  além da  Karla (Brasil) e Mercedes (Brasil).
Seguimos algum tempo na penumbra e na chuva. Quando clareou a chuva não deu trégua: durou mais 12 km quando fizemos uma parada para um lanche.
Quando saíamos do café onde fizemos o lanche, encontramos o Idelfonso (espanhol de Cades). Ele está doentinho. Não sabemos ainda o que é, mas tem umas bolinhas pelo corpo todo, inclusive na careca, parece até catapora.
Ele disse que é doença da alma. Não sei bem sua história, só sei que se apaixonou por uma moça de outro continente (América Latina).
Com tanta gente, de todo lugar, e todo mundo mundo dormindo junto, é bem capaz dele ter pego alguma coisa da qual não foi vacinado. Pode ter pego até de nós, os cinco brasileiros que o acompanham.

O percurso de hoje, 38 km, teve chove e pára, asfalto e lama. No final, já próximo a Leon, a passarela sobre a auto estrada estava interditada. Tivemos que fazer um desvio de quase 1 km para alcançar a cidade. 
Como choveu muito, esse caminho era uma descida de lama escorregadia. E eu de papete!
Descemos aquela ribanceira e quando chegamos no final encontramos um português lavando a bike.  

Da esquerda para a direita: Mo, eu, Ana, Jose, Mercedes, Alceu e Karla
Lama na ribanceira



Portugues lavando a bike imunda!
Inicialmente tentamos o inglês, depois o espanhol e por último perguntamos: De onde você é? A resposta? Portugal! (Com avó nascida em Santos e tudo mais. Ora pois!)
Estava com toneladas de barro na bike que já não rodava mais. Só empurrando.
Demos risada. Ele disse que nesse caminho já havia quebrado um suporte, a corrente e enlameou a bike. O que mais pode ocorrer, disse ele! Pelo menos vou postar no Facebook!
Caminhamos pela cidade até o albergue Del Monastério de Las Benecditinas, 6 euros por pessoa. 
Lá reencontramos o José, que iria passar no médico para ver uma inflamação no tornozelo. 
Depois de nos registrarmos fomos resgatar as mochilas que estavam ao albergue San Francisco de Assis, lotado (sim, hoje novamente andamos sem as mochilas!)
Em seguida tomarmos um banho rápido e fomos conhecer a catedral gótica de Santa Maria de Leon, Casa Botinas de Gaudi e a movimentada via Ancha. 
A cidade está cheia de vida!

Retornando ao albergue compramos algumas coisitas para comer e nos sentamos no refeitório.
Ao nosso lado um espanhol e uma italiana, amigos de caminho desde 2015.
Um falava em espanhol e o outro respondia em italiano. Perguntamos: entende tudo o que ele diz? Ela respondeu não, só 50%. A mesma pergunta foi feita ao espanhol que respondeu: lo mismo!! 
E acrescentou que um dia fez a tradução entre um coreano e uma holandesa. Disse que inventava “lo que queria!” 
Olha... Isso aqui é uma piada! Choramos de rir mesmo depois de 40 km de caminhada!

Agora acabei de aceitar a oferta de ficarmos aqui mais um dia. O diagnóstico do José é de tendinite. O médico mandou ele descansar um dia. O Mô também tem sentido muitas dores. Acho que todos merecemos um dia de descanso. Quem sabe o Idelfonso nos alcança.
Ponte medieval



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4 Comentários

  1. Estou um pouco perdida com os personagens...
    Nao vejo mais relatos do trio espanha, croacia e Brasil...
    Tbm nao sei como se formou o quinteto brasileiros que caminha com o espanhol adoentado.
    Por favor faz um remember...

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    1. Bom... Brasil, Croácia e Espanha são respectivamente: Alceu, Ana e José.
      Com eles estava o Idelfondo (outro Espanha - com catapora).
      Depois nos juntamos mais Brasil: eu e o Mo, a Katia e a Mercedes.
      Na verdade a Mercedes estava desde o começo, mas eu não sabia.

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  2. Caraca... 40km nessa lamacera e chuva não deve ter sido brincadeira... ainda chegar na cidade e ir andar pra conhecer a catedral... senhor


    lulão

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    1. Toda vez que chegávamos no nosso destino final tínhamos que escolher entre o mínimo esforço ou andar mais ainda para conhecer o lugar. Sempre ficávamos com a segunda opção.

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